Divórcio de mim.




Ando pensando demais, sentindo demais e fazendo de menos. Ando me traindo. Não é justo. De todos os sonhos e expectativas, vão sobrando as dúvidas e receios. Ficam os passos para trás, as estagnações. Fico parada à espera do milagre divino, mas por outro lado não consigo esquecer que ele não virá enquanto eu não me mexer. O caminho se faz ao andar, já disse o poeta espanhol.

Dizem que é difícil crescer. Hoje, no auge da minha síndrome de Peter Pan disfarçada, constato que sim, que é difícil crescer. Mas também é inevitável. É preciso ser clichê e correr os riscos, se jogar dos precipícios que a vida coloca à sua frente e tentar sobreviver à queda. É preciso sobreviver às nossas mortes cotidianas. É preciso mudar. Se adequar às necessidades que vem com o tempo é fundamental e não existe receita pronta de como fazer sua vida virar um lindo roteiro de Hollywood no qual tudo dá certo no final.

E diante de tudo isso, só me resta uma alternativa. Hoje, peço divórcio de mim. Chega de traições, de metas não cumpridas e pendências que torturam e provocam sentimento de culpa. 

Nenhum comentário:

Postar um comentário