Eu tentei na medida do possível não ser tão eufórica e levar as coisas devagarinho, mas os meus gestos são sempre tão desgovernados que eu me perdi. Acho que essa minha transparência e minhas falácias sempre atrapalham um pouco o processo de descoberta, mas eu precisava que você soubesse de mim por palavras minhas e não deduções. Queria que não houvesse nada obscuro, que tudo fosse claro e límpido como um aquário que tem a sua água recém trocada, mas não foi isso que aconteceu. No meio do caminho havia uma pedra, como outrora dissera Drummond, e essa pedra nos derrubou e vi que não era possível me reerguer.
Olhei para trás e vi um pouco de gente derramado pelo caminho, eu via nossos pedaços por todos os cantos, eu via flores e rosas como trilha na estrada e vi, também, um o vagão descarrilhado no caminho. Acabou. Eu sei que não tínhamos um acordo e que o lance era só deixar rolar, e rolou, ladeira abaixo levando metade do meu coração. E eu vejo que o amor é um ladrão que vem e assalta na calada da noite, que é o autor dos poemas virais em minha cabeça de madrugada, é os porquês que todos os dias faço a mim mesma, é uma doença que corrói o que tenho de saudável por dentro.
Hoje eu quis lhe escrever uma carta bonita e, brevemente, pensei que você leria e deixaria de lado. Você não é dado ao amor eu (não) entendo. Imaginei também que poderia lhe enviar um torpedo, escrevi em caracteres a perder a vista o quão você é importante para mim e como eu te quero para valer, mas a operadora vendo que era um surto lunático resolveu não enviar. Acho que ela é mais sensata do que eu. E olhando para o espelho, relembrando tanta coisa, eu percebi que é o momento de fechar a porta de vez. Não haverá lágrimas no travesseiro, porque o meu melhor eu tentei fazer. Acredito que esse triângulo amoroso chegou ao fim, pois não há espaço para mim, você e meu orgulho. É, o orgulho venceu.
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