O que faço com esses números?


Eu ando com um desejo incontrolável de te dizer o quanto te adoro. Ando com uma vontade imensa de encher sua caixa de mensagem com recados fofos e hiper sensíveis e jurando juradinho que não ficaria nem um pouco chateada caso você não me respondesse com tamanha fofice. Não sei se você já notou, nessas poucas linhas que te escrevo, mas estou um tanto hiperbólica hoje. Mas, de fato, eu queria te dizer que te adoro. Mais do que isso até e arriscaria te sussurrar nos ouvidos, entre dentes, aquelas três palavrinhas banalizadas pela sociedade, mas cheia de sentimentalismo no nosso caso; é praticamente isso: o nosso caso é diferente de todos os outros casinhos e, salvadeus!, não estou minimizando amor-alheio, eu falo de todos os outros casinhos meus e, assim espero, todos os outros casinhos teus também. Tenho em mente que somos mais, entende? Que somamos um ao outro, que nos tornamos dois seres independentes e felizes, mas que tem a felicidade multiplicada quando resolvem andar de mãos dadas. Não gosto mais daquele clichê de "agora somos um", porque agora entendo que ser dois inteiros é muito, mas muito melhor. Eu e você. Eu e você e eu e você e eu e você e eu... vou repetir incontáveis vezes só para você ver a poesia que tem por trás dessa mantra e ver como é perfeito isso. Eu e você. Uma matemática bem boba e exata, mas eu poderia inventar mil derivadas e integrais só para eternizar nossa parceria de engenheiros. Não precisamos de palavras para nos entender. Mas de números... sei lá, eu gosto dos números. Gosto dos nossos números. Gosto de como nos somamos por estarmos só respirando o mesmo ar e como multiplicamos nossas alegrias e conquistas e como dividimos as tarefas (eu cozinho e limpo e você abre o vinho e me faz companhia), como dividimos as angústias, incertezas e reclamações da vida. Gosto de você. Gosto porque é meu número. E eu, o seu.

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